Ricardo Rogério 09/10/2011
Para testarem se um robô consegue realmente falar com um ser humano de forma natural, cientistas ingleses estão iniciando uma experiência radical: eles vão ensinar um robô a falar da mesma forma que os pais ensinam uma criança.
"Robô-criança"
Na experiência, os pesquisadores vão utilizar o iCub, um "robô-criança" de um metro de altura. O projeto, que começa a ser realizado nesta segunda-feira, dia 3 de Março, é chamado ITALK ("Integration and Transfer of Action and Language Knowledge in Robots": integração e transferência de ação e conhecimento de linguagem em robôs).O objetivo é ensinar o robô a falar empregando os mesmos métodos que os pais utilizam para ensinar as crianças. Os experimentos que permitirão que o robô converse com humanos serão coordenados pelos professores Chrystopher Nehaniv e Kerstin Dautenhahn, especialistas em inteligência artificial da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.
"O robô colocou o cubo no buraco"
O treinamento do iCub incluirá atividades como a inserção de objetos de vários formatos nas cavidades correspondentes de uma caixa, encaixar copos de vários tamanhos uns dentro dos outros e empilhar blocos de madeira. A seguir, o robô deverá dizer o nome dos objetos e das ações que ele empreendeu.Nesta fase os cientistas esperam que o robô-criança seja capaz de construir frases do tipo "O robô colocou o cubo no buraco."
Linguagem e capacidade cognitiva
"Nosso enfoque é que o robô irá utilizar o que ele aprendeu individual e socialmente com os outros para alavancar seu aprendizado da linguagem, e irá utilizar suas capacidade de linguagem para dirigir seu aprendizado de capacidades sociais e manipulativas," diz o professor Nehaniv.
Esse ciclo de feedback positivo entre linguagem e capacidade cognitiva é a melhor descrição para a forma como as crianças aprendem a falar e lidar com os objetos à sua volta.
Filhos são para a vida toda
Como quem cuida de um filho de verdade, os cientistas não planejam desistir nas primeiras tentativas. O projeto Italk está proposto para durar 10 anos, período durante o qual os pesquisadores farão de tudo para que o iCub aprenda a falar de verdade.
Ricardo Rogério
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