Ricardo Rogério 17/10/2011
Fibra muscular artificial
Cientistas criaram um músculo artificial que é 1.000 vezes mais eficiente do que os modelos atuais.
O "músculo" foi construído tecendo uma fibra de nanotubos de carbono.
E ele é bom tanto de torque quanto de potência.
A fibra muscular artificial acelera uma placa 2.000 vezes mais pesada do que ela própria, a uma velocidade de 590 rotações por minutos, em 1,2 segundo.
O rendimento do músculo artificial de nanotubos de carbono é tão elevado que pode ser comparado aos motores elétricos tradicionais.
Em termos de comprimento, ela atinge 250 rotações por milímetro de fibra, o que é 1.000 vezes mais do que os músculos artificiais existentes.
Os músculos artificiais atuais são feitos de materiais ferroelétricos, ligas com memória de forma ou polímeros orgânicos condutores.
Nanotubos destros e canhotos
Embora já tenham sido tecidas fibras de nanotubos de carbono antes, os cientistas afirmam que a chave para transformar a fibra em um músculo artificial está em tecer os nanotubos em formato de hélice.
Com isto, a fibra terá versões destras e canhotas, dependendo da direção de rotação durante o lançamento do nanotubo na fibra.
A rotação do músculo é, portanto, de torção, o que significa que o músculo vai girar em uma direção até um limite; neste ponto, a rotação pode ser invertida alterando a corrente elétrica aplicada a ele.
Isto ocorre porque os nanotubos destros e canhotos giram em direções opostas quando são carregados eletricamente. Mas, nos dois casos, o efeito da aplicação da tensão elétrica é desenrolar parcialmente a fibra.
Invenção global
Neste ponto da pesquisa, a fibra muscular artificial de nanotubos de carbono precisa estar mergulhada em um líquido ionicamente condutor para funcionar.
Mas como sua fabricação e miniaturização é muito mais simples do que os motores convencionais, os cientistas acreditam que sua aplicação mais imediata seria nos chips microfluídicos, ou biochips, para misturar compostos químicos para análise e detecção de elementos.
Os membros australianos da equipe preferem sonhar mais alto, e falam em criar motores para micro e nano-robôs, que imitem os flagelos dos micro-organismos. A nova fibra muscular artificial, segundo eles, permitirá a criação de robôs ultra-miniaturizados que viajem pelo interior do corpo humano.
O trabalho, publicado na revista Sciene, teve a contribuição de cientistas de oito países diferentes, em três continentes.
Ricardo Rogério
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